O Diretor da área Comercial chama o Project Manager mais experiente da sua equipe para uma conversa reservada. Depois de muito esforço, eles conseguiram um novo pedido generoso para fornecimento de diversos novos itens para um grande cliente, que iriam começar a ser desenvolvidos pela equipe técnica. Isto não foi surpresa, pois a empresa já vinha de vários anos seguidos de ótimo desempenho e conquista de mais fatias de Market-share, devido sua competência técnica e competitividade.

“ – Conseguimos de novo. O pedido é nosso! Precisamos reunir a equipe para celebrar. Mas não poderemos festejar muito pois teremos muito trabalho pela frente. Como você sabe, a concorrência está apertando por demasia e desta vez tivemos que fazer algumas concessões no prazo de desenvolvimento do produto para poder conquistar o pedido. Vamos ter que trabalhar dobrado para acomodar a necessidade do cliente.

O Project Manager ficou feliz pelo resultado da concorrência, mas manifestou uma grande preocupação. Alertou ao Diretor que a equipe já vinha trabalhando em ritmo intenso nos últimos anos e que a imensa maioria dos colaboradores estavam para vencer o segundo período aquisitivo de férias e que o pessoal do RH estava praticamente colocando todo mundo em férias compulsórias. A situação só estaria normalizada de verdade daqui há 60 dias quando toda a equipe tivesse gozado ao menos uma parte das férias (já contando que iriam “vender” os dias permitidos pela legislação) em regime de rodízio.

O Diretor aumentou a pressão dizendo o seguinte:

“ – Não é todo dia que conquistamos um pedido desses. Não podemos falhar com um cliente tão importante só por que o pessoal não aguenta esperar um pouco mais para tirar férias. Isso não é opção. Nós vamos sim disparar o desenvolvimento do novo produto e o prazo está mantido. Você vai ter que dar um jeito. O que eu sugiro que você faça é entrar num acordo de fio do bigode com o pessoal, de forma que eles assinem as férias para tirar o pessoal do RH do nosso pescoço, mas continuem trabalhando. Pode até ser em home office, pois certamente o RH vai bloquear o crachá deles na catraca da porta. Como todos tem celular e laptop e todos tem acesso remoto, eles podem continuar trabalhando normalmente de casa mesmo, sem ninguém ficar sabendo. Mas isso fica entre você e eles, num acordo de cavalheiros, pois eu não posso ser envolvido para não tornar isso um acordo “oficial”. E se alguém não estiver disposto, dê a entender que o que não falta é gente querendo trabalhar para nós.

Os fins justificam os meios? Como você resolveria esta questão?